Garantia de sobrevivência, crescimento, firmeza e produtividade

A Bíblia utiliza muitas figuras de linguagem, especialmente metáforas e símiles, para expressar princípios espirituais. Um exemplo é a comparação entre o justo e a árvore. “Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, cujas folhas não caem, e tudo quanto fizer prosperará. Não são assim os ímpios, mas são como a palha que o vento dispersa.” (Sl 1.3-4.)

Em muitos outros textos, a árvore é usada como ilustração: Os 14.5-7; Jr 17.7-8; Pv 12.3,12; 2Rs 19.30; Jó 18.16; Is 27.6; Rm 11.16. Vamos examinar algumas características que a tornam uma figura tão interessante.

O cedro do Líbano

“O justo florescerá como a palmeira; crescerá como o cedro no Líbano. Os que estão plantados na casa do Senhor florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos e vigorosos.” (Sl 92.12-14.)

O cedro é uma das árvores mais imponentes. É símbolo de força e eternidade. Nos 3 primeiros anos de vida, alcança apenas 5 centímetros de altura, mas já possui 1 metro e meio de raízes. Quem poderá arrancar tal “plantinha”? Mesmo jovem, já se mostra firme. Seu crescimento interior é bem maior que o exterior. Depois, cresce 20 centímetros por ano, chegando a 40 metros de altura. Seu desenvolvimento é lento, sem pressa, sem precipitação, mas não se pode detê-lo. Só a partir dos 40 anos é que o cedro produz sementes, mas pode viver centenas de anos [www.libano.org.br/pagina29.htm]. O cedro não depende da chuva, pois suas raízes profundas buscam água diretamente dos lençóis freáticos.

Nos tempos bíblicos, sua madeira era usada para construir casas (Ct 1.17), palácios (2Sm 5.11), templos (1Rs 6.9), cofres (Ez 27.24) e embarcações (Ez 27.5). O cedro tem beleza, perfume e força. Resiste aos desafios da água e do vento. É, portanto, muito confiável. O salmista disse que o justo é como o cedro do Líbano. Com isso, podemos ter uma idéia do que Deus espera de nós. É natural que sejamos, pela graça do Senhor, fortes, firmes, confiáveis, apresentando a beleza da vida cristã em nós, sendo resistentes diante das dificuldades. Nossa relação com Deus não dependerá de fatores exteriores, pois a profundidade será característica da nossa espiritualidade.

Cairão mil ao nosso lado e dez mil à nossa direita (Sl 91.7), mas nós não cairemos porque temos raízes profundas.

As raízes – sua “invisibilidade” e importância

Quando a semente germina, ocorre um crescimento para cima (tronco, galhos, folhas, flores e frutos) e outro para baixo (raiz). Nossa vida não pode ser apenas algo exterior, mas interior. A raiz garante firmeza, nutrição e sobrevivência para a planta (Is 40.24).

Muitas vezes, enfatizamos o que a árvore produz, o fruto, mas nos esquecemos das raízes. Nos mais variados aspectos da nossa vida, valorizamos mais o que é aparente e menosprezamos o que está oculto. O fruto é muito importante, mas a sua falta pode indicar um problema na raiz. Estamos muito preocupados com as aparências, com aquilo que pode ser visto e admirado pelos homens.

Entretanto, nossas raízes são valores e práticas vistas apenas por Deus. Estão abaixo da superfície e precisam ser cultivadas com atenção e cuidado. Se não for assim, corremos o risco de cair, pois o peso exterior não terá sustentação interior.

Jesus disse que os fariseus valorizavam muito as orações, jejuns e esmolas realizadas em público. Os discípulos, porém, foram ensinados a fazer tudo isso de maneira discreta e, às vezes, secreta, de modo que só Deus pudesse vê-los (Mt 6.1-6,16-18). Uma vida de dedicação íntima a Deus é uma forma de cultivar raízes espirituais. As orações em público são válidas e importantes, mas podem também ser falsas. Quem ora sozinho, dentro de seu quarto, provavelmente o fará com sinceridade de coração.

Muitos querem apenas bênçãos visíveis, materiais, mas não buscam virtudes espirituais que lhes trariam firmeza. O exterior é importante, mas o interior é imprescindível. Tronco, galhos, folhas, flores e frutos, se forem cortados, podem renascer a partir da raiz. Se esta, porém, for arrancada e morrer, será o fim para a árvore. Será que o nosso cristianismo se resume ao que fazemos no templo? Se for assim, nossas raízes estão comprometidas ou, talvez, nem existam. Nossa vida cristã é superficial ou profunda?

O exterior depende do interior (Mt 13.5-6,20,21; Os 9.16). A falta de raiz leva à morte, conforme observamos nas palavras de Jesus: “E os que estão sobre pedra, estes são os que, ouvindo a palavra, a recebem com alegria, mas, como não têm raiz, apenas crêem por algum tempo, e no tempo da tentação se desviam.” (Lc 8.13.)

Aquela semente caiu entre as pedras, onde havia pouca terra. Brotou rapidamente, mas, por falta de raízes, morreu sob o calor do sol. Jesus disse que tais pessoas “crêem por algum tempo”. São “crentes provisórios”. Não têm raízes. Este é o caso daqueles que freqüentam a igreja durante algum tempo e depois desaparecem. O texto de Lucas nos mostra que há dois momentos na caminhada com Cristo: alegria e tribulação. Precisamos ter consciência disso. Devemos conhecer tal possibilidade, pois o conhecimento também é um tipo de raiz que nos manterá de pé. Aqueles que esperam apenas momentos de alegria se decepcionam com o Evangelho e o abandonam.

O dia da tentação e tribulação traz o teste para a raiz do servo de Deus. É nessa hora que manifestamos o que somos intimamente. O vento e a tempestade nos atingirão inevitavelmente. Então veremos o que existe em nós, abaixo da superfície.

A primavera é a estação mais favorável para as plantas. Contudo, não há como impedir que venha o inverno. No hemisfério norte, onde a estação fria é muito rigorosa, as árvores perdem toda a sua beleza por causa da geada e da neve. Ficam com aspecto de destruição completa. Não têm folhas, flores nem frutos. Não lhes resta nem mesmo um aspecto agradável ou saudável. Parecem mortas. Contudo, sob o solo gelado, suas raízes permanecem vivas, garantindo que, na próxima estação, a árvore esteja viva, forte, bela e produtiva.

“Porque há esperança para a árvore, que, se for cortada, ainda torne a brotar, e que não cessem os seus renovos. Ainda que envelheça a sua raiz na terra, e morra o seu tronco no pó, contudo ao cheiro das águas brotará, e lançará ramos como uma planta nova.” (Jó 14.7-9.)

Quando Jó falou sobre a árvore, estava falando sobre sua própria vida (Jó 29.19). Ele havia perdido quase tudo o que possuía. As bênçãos materiais, aparentes, se foram. Ele se tornou como a árvore devastada e destruída, porém sobrevivente por causa de suas raízes. A tribulação veio sobre Jó para testá-lo. Contudo, suas raízes estavam firmes em Deus. Por isso, ele pôde brotar novamente, como se lê no capítulo 42.

Deus pode permitir que percamos o que é aparente. Ficará apenas o que é interior. É nessa hora que conhecemos o verdadeiro cristão, ao vê-lo permanecendo firme. O falso se escandaliza, blasfema contra o Senhor e se desvia do Evangelho.

O justo, porém, não deixará sua posição, pois está arraigado através do amor, do conhecimento, da experiência, da fé, pelo compromisso, com determinação inabalável. Estas são as nossas raízes.

Fonte:lagoinha

Que Deus nos abençoe
Anísio Renato de Andrade
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Significado do Batismo Cristão

 

BATISMO, SIGNIFICADO, ESTUDO BIBLICO, NOVO TESTAMENTO

Expressão Grega: baptizo

Os cristãos têm tido uma longa história de debate sobre a forma como uma pessoa deve ser batizada: o cristão deve ser aspergido ou completamente imerso na água. A Bíblia não se concentra sobre este debate, mas apenas aponta para a importância do ato. A palavra grega baptizo significa “mergulhar” ou “imergir”. No Rio Jordão, João Batista imergia os judeus que haviam decidido se arrepender de seus pecados e se preparado para a vinda do Messias. O Messias devia então batizá-los com o Espírito Santo e com fogo (Mt 3:11). O batismo de João simbolizava a purificação moral e preparava o povo para a vinda do reino de Deus (Mt 3:2; Lucas 3:7-14).

Atos 2:38 mostra que o batismo era praticado desde o início da igreja. Entendia-se e esperava-se que fosse seguido do arrependimento como uma confissão da mudança que tinha ocorrido no crente. Atos 10:44-45 mostra que a água não era condição para receber o batismo do Espírito. Havia provavelmente um período de pergunta e resposta na qual o crente confessava a sua fé e dedicava-se a Cristo. O resultado foi a recepção e identificação com a comunidade dos cristãos. O batismo significava que os pecados do crente tinha sido perdoados (veja Atos 2:38, 5:31, 10:43, 13:38, 26:18) e que tinha recebido o Espírito Santo (cf. Lc 3:16, Atos 2: 38, 41; 9:17; 10:47-48; 11:16-17; 19:5-7).

Versículos chaves
Mateus 3:6; Marcos 1:5; Atos 2:38; Romanos 6:3

Paulo usou o batismo para falar sobre a identificação do crente com Cristo. Sua declaração base é encontrada em Gálatas 3:27, “batizados em Cristo.” Este é esclarecido em Romanos 6:3-8, que indica que um crente se une com Cristo na Sua morte e ressurreição através do batismo. O batismo também está relacionado ao Espírito, 1 Coríntios 12:13 conecta “batismo por um só espírito” com sendo “dado o mesmo Espírito.” Muitos comentaristas pensam que o batismo cristão é o testemunho exterior da posse interior do Espírito (2 Cor . 1:21-22; Ef. 1:13, 4:30).

Fonte: Holman Treasury of Key Bible Words de Eugene E. Carpenter e Philip W. Comfort.

40 ANOS NO DESERTO


 
As peregrinações que os filhos de Israel realizaram, marchando desde o Egito até à terra de Canaã, foram uma escola importante para sua instrução.

Foi em Ramessés que principiou a marcha dos israelitas. O caminho direto deste lugar para Canaã teria sido pela terra dos filisteus, ao norte dos lagos Amargos, e ao longo da orla setentrional do deserto de Sur. Todavia, essa direção foi-lhes proibida (Ex 13.17,18); e por isso, depois de por certo tempo tomarem o rumo oriental, prosseguiram para o sul, exultando certamente com isso o Faraó, porque julgava assim em seu poder.
Acamparam a primeira noite em Sucote, que não devia ter sido longe de Ramessés. Pela segunda tarde chegaram à orla do deserto, em Etã. Provavelmente agora deviam ter seguido para o Oriente, mas foi-lhes ordenado que "retrocedam e que acampem defronte de Pi-Hairote, entre Migdol e o mar, diante de Baat-Zefom" (Ex 14.2); era um estreito desfiladeiro, perto da costa ocidental do Golfo, entre os montes que guarnecem o mar e uma pequena baia ao sul. Ficavam deste modo "desorientados na terra".
Esse movimento teve o efeito  de atrair o Faraó, para junto deles; e o desígnio de alterar desta forma a linha da sua marcha foi revelada a Moisés (Ex 14.17). Os egípcios aproximaram-se dos israelitas quando estes estavam acampados diante do braço ocidental do mar Vermelho. Como, quer na extensão, quer na profundidade do golfo de Suez, se operou uma notável mudança  no decorrer destes últimos trezentos anos, em virtude duma grande acumulação de areia, é por esta razão impossível determinar o lugar onde os israelitas atravessaram. Eles passaram pelo mar  em seco para o lado oriental, perto do sítio agora chamado Ayun Musa (poços de Moisés), principiando aqui o deserto de Sur (Ex 15.22), ou o deserto de Etã (Nm 33.8). Estas duas expressões de aplicam à parte superior do deserto; este deserto estende-se desde o Egito até à praia oriental do mar Vermelho, e alarga-se para o Norte até à Palestina.

O caminho que os israelitas tomaram é uma larga vereda pedregosa, entre as montanhas e a costa, na qual correm no inverno vários ribeiros, que nascem nos montes. Nesta ocasião tudo devia estar seco. O lugar onde primeiramente estacionaram foi Mara (amargo), onde foi operado o  milagre de se tornar doce a água amarga (Ex 15.23-25). O sítio onde isto aconteceu é, provavelmente, Ain Hawara, perto do riacho, chamado Wady Amarah, que tem a mesma significação de Mara.
A seguinte estação foi Elim, "onde havia doze fontes de água e setenta palmeiras" (Ex 15.27); este sítio fixado por Niebhr e Burckhardt no vale onde corre  Ghurundel, que é a maior de todas as correntes, no lado ocidental da península. Este vale contém agora tamareiras, tamargueiras, e acácias de diferentes espécies. Obtém-se aqui água em abundância, cavando poços; há, também, uma copiosa nascente, com um pequeno regato.
Chegaram depois os israelitas ao deserto de Sim, "entre Elim e Sinai" (Ex 16.1), no sopé da escarpada cumeeira de et-Tih,  um nome que significa "divagação"; é "um deserto medonho, quase inteiramente destituído de vegetação". Foi logo depois de terem entrado neste deserto que os israelitas obtiveram miraculosa provisão de codornizes e de maná. Os estudiosos supõe que eles tomaram em seguida a direção do sueste, marchando para a cordilheira do Sinai. Neste caso, a sua passagem teria sido pelo extenso vale, a que os árabes chamam Wady Feiran. Passaram depois por Dofca e Alus. O vale Feiran é o sítio mais fértil de toda a região; e é aqui que devemos procurar Refidim, onde pela primeira vez foram atacados (Ex 17.8-13). Jetro, sogro de Moisés, também o visitou em Refidim; e pelo seu conselho foram nomeados juízes para ajudar o chefe israelita na ação judicial (Ex 18). E aqui, entre elevados picos, estava a rocha que, por mandado de Deus, foi ferida por Moisés, saindo dela depois abundância de água.
Em seguida fizeram seu acampamento no ermo do Sinai, onde o Todo-Poderoso revelou à multidão a Sua vontade por meio de Moisés; foi dado o Decálogo (dez mandamentos) ao homem, e foi estabelecido o Pacto (Ex 20.1-17; 24.7,8). Neste deserto também se deu o caso do culto prestado ao bezerro de ouro, e a enumeração do povo, e a construção do Tabernáculo; além disso, Arão e seus filhos foram consagrados, celebrou-se a segunda Páscoa, e morreram Nadabe e Abiú por terem oferecido fogo estranho ao Senhor.
O monte, onde a Lei foi dada, chama-se Horebe no Deuteronômio, e Sinai nos outros livros do Pentateuco (5 livros: Gn, Ex, Lv, Nm e Dt). Provavelmente o primeiro nome designa todo o território, e o outro simplesmente a montanha, onde foi revelada a Lei.

Permaneceram os israelitas no deserto do Sinai um ano  aproximadamente, aparecendo de novo o sinal para a partida. Desde então as suas marchas e acampamentos foram sempre dirigidos pelo Senhor. Uma nuvem, que manifestava a Sua presença, cobria o tabernáculo de dia, e à tarde estava sobre o tabernáculo uma aparência de fogo até à manhã" (Nm 9.15). O levantar da nuvem era sinal de avançar, caminhando eles após ela; e, quando parava a nuvem sobre o tabernáculo, queria isso dizer que deviam acampar de novo. As suposições, são que eles passaram para o norte, ao longo do Wady esh-Sheikh, entrando numa grande planície chamada el-Hadharah, na qual estava Taberá, nome que significa "incêndio", e que lhe foi dado em virtude de ser ali destruído pelo fogo, que caiu do céu, num certo número de israelitas insurgentes (Nm 11.1-3).
A estação seguinte foi Quibrote-Taavá, ou os "sepulcros da concupiscência" (Nm 11.34; 33.16). De Quibrote marcharam para Hazerote onde ocorreu a sedição de Miriã e Arão (Nm 12). As estações nesta parte do deserto foram Ritmá, Rimom-Perez, Libna e Cades-Barneia, sendo alcançado provavelmente este último lugar pelo mês de junho mais ou menos.

Quando se aproximava da Terra Prometida, foram mandados alguns espias (espiões) para a examinarem; mas, quando voltaram, as suas informações foram de tal modo aterrorizadores que o povo se revoltou; e por esta razão os hebreus tiveram de errar no deserto pelo espaço de quarenta anos. Saindo os israelitas de Cades-Barneia, depois da sua segunda visita, em que houve a provocação ao Senhor nas águas de Meribá, vieram eles até ao monte de Hor, perto de Petra, onde morreu Arão.

Esse monte, verdadeiro trono de desolação, consta de quebradas, de ruínas e de escuras profundidades. Os árabes chamam-lhe Jebel Neby Hayran, que quer dizer: o "monte do profeta Arão"; e ainda hoje, quando uma caravana oriental avista seu cume, sacrifica um cordeiro em memória daquele grande sacerdote. Passando pelo Wadi Arabah (provavelmente o "deserto de Zin") para Eziom-Geber (da segunda vez) e Elate, o povo chegou ao golfo oriental do mar Vermelho, e voltou para o norte pelo deserto oriental da Arábia. Neste lugar existe um grande desfiladeiro, vindo do nordeste através das montanhas, constituindo a principal passagem no Wadi Arabá para o deserto. A ascensão dos israelitas foi, sem dúvida por esta estreita passagem, quando de desviaram do mar Vermelho, e voltaram aos territórios de Edom. Nesta ocasião o povo estava muito desanimado por causa do caminho, e murmurou conta Deus e contra Moisés. As suas murmurações foram castigadas, aparecendo entre eles umas serpentes ardentes, cujas mordeduras produziam a morte; mas, por mandado do Senhor, foi levantada uma serpente de bronze, sendo curados os que para ela olhavam com fé. Prosseguiram  depois a sua viagem pelas faldas orientais das montanhas de Seir.

Os edomitas que primeiramente lhes haviam recusado a passagem pela sua terra, agora consentiam, fornecendo-lhes também alimentos para o seu caminho (Dt 2.3-6). Nada se sabe  das suas passagens até que chegaram a Zerede, um pequeno ribeiro que corre pelas montanhas até à extremidade ocidental do mar Morto. E partindo daquele Sítio "acamparam-se na outra margem de Arnom, que... é o termo de Moabe, entre Moabre e os Amorreus" (Nm 21.13). E dali se dirigiram para Beer, ou Beer-Elim, o poço dos nobres do povo, onde vendo que estavam quase chegados ao fim do deserto, e na perspectiva duma rápida entrada na Terra Prometida, entoaram o "cântico do poço" (Nm 21.17,18).

Os israelitas, após este acontecimento, desbarataram o seu terrível inimigo Seom, rei dos amorreus, que habitava em Hesbom, e cujos territórios se estendiam ao longo das praias do mar Morto, e pelo vale oriental do Jordão até ao rio Jaboque. Saindo vitoriosos na guerra contra Ogue, que ganhara os territórios ao oriente do mar da Galiléia, os israelitas apoderaram-se da parte oriental do vale do Jordão. Estas terras conquistadas, sendo boas para pastagens, foram cedidas às tribos de rúben e Gade, e à meia tribo de Manassés, que tinha muito gado; mas foi com a condição de auxiliarem as outras tribos na sua conquista de Canaã, ao ocidente do Jordão (Nm 32; Dt 3.8-20; Js 1.12-18). E por este motivo a seguinte estação foi chamada Dibom-gade, para distinguir de outra Dibom pertencente aos rubenitas (Js 13.17). As ruínas desta povoação, com o nome de Dibom, vêem-se cerca de seis quilômetros ao norte do rio Arnom. Deste lugar caminharam para Almom-Diblatain ou Diblataim, de onde seguiram para as serras de Abarim, em frente do monte Nebo. Finalmente acamparam perto do Jordão, desde Bete-Jesimote até Bete-Sitim, em frente de Jericó (Nm 33.49).

E assim terminou uma jornada de quarenta anos, atravessando principalmente lugares desertos, viagem que podia ter-s efetuado nalgumas semanas.


Dicionário Bíblico Universal

A PROMESSA DE UM LAR FELIZ


1. INTRODUÇÃO

A promessa de um lar feliz transmite a idéia de uma família feliz, visto que a expressão “lar”, dependendo do contexto, pode se referir ao lugar onde a família habita, ou a própria família em si.

Lar, vem do latim lare, que significa parte da cozinha onde se acendia o fogo para preparar os alimentos e aquecer o ambiente; daí se origana o termo lareira.

Segundo o dicionário de Houaiss, o vocábulo “família” pode significar, num sentido mais restrito “grupo social básico, formado por pai, mãe e filhos”, num sentido mais abrangente “pessoas ligadas entre si pelo casamento ou qualquer parentesco”, e ainda num sentido geral “grupo de seres ou coisas com características comuns”.

No hebraico bíblico, o termo para família é mispahah, que significa “família, clã”, isto é, todos os integrantes de um grupo que estavam relacionados por sangue e que ainda sentiam um senso de consangüinidade, parentesco.

No grego do Novo testamento, temos a palavra oikos, que pode significar “habitação, casa, lar ou família (I Tm 5.4) e patria, que primeiramente significa “ascendência, linhagem, tribo (Lc 2.4, At 3.25, Ef 3.15).

A palavra “família” é de origem latina famíliae, e é usada para definir um vínculo doméstico, íntimo.

A família (e/ou lar) é a mais importante instituição social estabelecida por Deus, sendo ela mesma a base de todas as outras. A destruição, inversão de valores, deturpação, descaracterização e a desmoralização da família, implicam diretamente num profundo caos, produzindo os mais terríveis danos à humanidade, quer sejam de ordem moral, espiritual, econômica, fraternal e social.

A preservação do lar e da família depende diretamente da obediência aos princípios estabelecidos por Deus em sua palavra. Negligencia a Bíblia é voltar-se contra o Criador e trabalhar para a destruição das coisas que Ele criou, definidas pelo escritor sagrado como muito boas “E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã: o dia sexto.”

2. EXISTE LAR OU FAMÍLIA PERFEITA?

Observemos o que declara o Pr. Josué Gonçalves (1999, p. 11-12)

“Um dos muitos problemas, quando se trata sobre família, é o conceito no meio evangélico, de que, como crentes, nossa família tem que ser perfeita. Afinal, não temos um Deus, um Salvador, a Bíblia, a garantia de uma vida eterna? Isso é o que alegam os defensores desse conceito. Esquecem-se de que a família é formada por pessoas limitadas, imperfeitas, que carregam traumas emocionais, frustrações, que tiveram problemas de orientação na infância, e tudo isso influência a vida comunitária íntima da família. A pregação de que a família deve (ou tem de) ser perfeita leva muitas pessoas a experimentarem frustrações nessa área, pois percebem que este é um alvo impossível de ser alcançado. Como não conseguem alcançá-lo camuflam os problemas, escondendo-os atrás de uma capa de aparência de que ‘tudo vai bem’, quando na realidade não vai. Estes pregadores estão levando as famílias a uma vida farisaica, o que pode ser um dos motivos dos filhos estarem abandonando a fé. Essa atitude torna-se um peso para as pessoas. Não foi isto que Deus planejou para nós seres humanos. Famílias perfeitas não, mas famílias felizes sim.”

O texto acima citado nos conduz para algumas reflexões:

- Em primeiro lugar, a perfeição, embora seja um ideal divino (II Co 13.9, Hb 6.1), é algo que não poderá ser vivenciado plenamente nesta vida devido às limitações que o pecado nos impõem.

- Em segundo lugar, parece-nos que as famílias que mais sofrem como este tipo de problema são as dos obreiros, devido às pressões que sofrem da igreja, e por vezes, do próprio obreiro, exigindo dos seus entes queridos uma conduta “perfeita”, em nome da preservação de sua imagem, não considerando as limitações que a própria natureza humana os impõe. A mulher do obreiro, os filhos do obreiro, embora devam de certa forma zelar pelo ministério do homem de Deus, não podem carregar um fardo impossível de ser suportado.

3. A ORIGEM DO LAR E DA FAMÍLIA

Deus é o criador da família. A criação da família funde-se com a criação da humanidade:

“E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou. E Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo animal que se move na terra.” (Gn 1.27-28)

Podemos afirmar que o primeiro lar existiu no Édem (Gn 2.8, 15). O lar foi assim preparado e estabelecido por Deus como um lugar de bênçãos e felicidade. A responsabilidade do homem era “cultivar” e “guardar” o seu lar (v.15).

4. A QUEDA DA FAMÍLIA

O pecado entrou na família por meio de uma atitude egoísta e deliberada do homem (I Tm 2.14), conforme detalhes narrados em Gênesis 3.6 “E, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela.”

5. A CORRUPÇÃO GERAL DA FAMÍLIA

A perda dos referenciais de bondade, santidade, integridade, moralidade e amor, promoveram na família uma corrupção generalizada, “A terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a terra de violência. E viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque toda carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra.” (Gn 6.11-12)

6. SALVAÇÃO E RESTAURAÇÃO DO LAR E DA FAMÍLIA

A operação da graça de Deus na vida da família pode ser observada pelos seguintes aspectos:

· A salvação profetizada na aliança Adâmica – Gn 3.15
· A salvação figurada na aliança Noética – Gn 6.13-18
· A salvação prometida na aliança Abrâmica – Gn 12.1-3
· A salvação providenciada em Cristo Jesus – At 10.24-48, At 27-34

7. ATRIBUIÇÕES, FINALIDADES OU PROPÓSITOS DE DEUS PARA O LAR E A FAMÍLIA

Segue abaixo uma relação das principais atribuições de Deus para o lar e a família:

Procriação da humanidade e Prazer sexual para o casal (Gn 1.28; Pv 5.15-19) – A prática e o prazer sexual é uma benção de Deus que é legitimada pelo casamento, com o propósito de constituir família e edificar um lar.

Subsistência (Gn 2.15; 3.19) – É no lar e na família que a provisão para o sustento, a alimentação, a vestimenta e outras necessidades básicas de seus membros devem ser supridas.

Educação (Dt 6.4-9) – Um dos grandes erros dos tempos atuais é o fato da família ter terceirizado a educação moral e espiritual dos filhos. Escola e Igreja cumprem hoje o papel principal na formação destes valores, quando na realidade deveriam cumprir um papel auxiliar.

Proteção (Dt 22.8) – O apoio que recebemos da família, a ajuda nos momentos difíceis, o ombro e o peito amigo do marido, da esposa, dos pais e dos filhos, transmitem uma sensação de segurança e proteção insubstituíveis.

Adoração e serviço a Deus (Gn 4.1-5; 26; 8.18-21; 13.1-4; Ex 12.1-21; Dt 6.4-9; 11.18-21; Js 24.15 e outros) – É no lar e na família que a adoração e o serviço a Deus devem ser primeiramente exercitados. A adoração e o serviço na igreja devem ser compreendidos como uma extensão da adoração e do serviço no lar.

8. CONCLUSÃO

O sucesso e a felicidade na família, está em ter a palavra de Deus como fundamento (Mt 7.24-29) e Tê-lo como principal edificador (Salmo 127.1a). Infelizmente, a família cristã tem negligenciado e relativizado os valores cristãos e os princípios da palavra de Deus. O Senhor já não é realmente o edificador de muitos lares e famílias que o confessam e o adoram apenas de lábios. Como resultado, cada dia a família cristã se torna mais infeliz, mais dividida e incapaz de ser sal e luz para os demais lares e famílias da terra.

site Plenitude Divina

Estudos Bíblicos

O que é a Igreja?

  Quando se realiza a união entre Jesus Cristo e o pecador, estabelece-se naturalmente uma relação de fraternidade entre aqueles que estão em comunhão com Cristo. Uma reunião de crentes é, portanto, um produto da obra redentora de nosso Salvador, é a sociedade de todos aqueles que estão em direta relação com Ele próprio. Esta sociedade é designada de vária maneiras no NT; mas o seu mais importante título, o mais característico na presente idade, é o de "igreja". Ocorre para cima de cem vezes no NT. A palavra grega que está traduzida por Igreja (ecclesia), significa uma assembléia ou congregação, e por este termo se acha vertida na Bíblia de Lutero.

O Nascimento da Igreja
Quando começou a Igreja? geralmente se fala do dia de Pentecostes como sendo o do nascimento da Igreja, porque foi então que, pela primeira vez, constituíram os crentes um corpo espiritual pela presença íntima do Espírito Santo. Mas em certo sentido começou realmente a Igreja Cristã quando dois dos discípulos de João Batista, ouvindo falar o seu mestre do Cordeiro de Deus, se uniram a Jesus (Jo 1.37). E já antes havia a Igreja judaica ou congregação, por too o tempo do AT. O termo "igreja" acha-se, pela primeira vez nos lábios do Senhor, em Mt 16.18, e logo depois em Mt 18.17; e são estas as únicas ocasiões em que se menciona a palavra nos Evangelhos. E isso mostra que foi intenção de Jesus fundar uma sociedade de caráter permanente.

O Início da Igreja
Como começou a Igreja? Querendo servir-nos do dia de Pentecoste como ilustração típica, pode-se dizer que a igreja começou pela aceitação da Palavra de Deus, pregada pelo apóstolo Pedro. Deste modo ficaram os crentes unidos a Cristo, e uns aos outros Nele. A ordem precisa dos acontecimentos devia ter sido cuidadosamente observada. Cristo era pregado, depois era aceito pela fé, e em seguida pela sua influência eram os arrependidos crentes filiados à Igreja. Havia um determinado contato de cada crente com Deus, pela obra da fé, no que respeita ao homem, e pela operação do Espírito Santo no que respeita a Deus. Em seguida vinha o ato ministerial do batismo. A narrativa que se acha em At 2, dá no NT uma idéia da igreja, nas suas linhas essenciais.

Razão da Existência da Igreja
Qual a razão da existência da igreja? Geralmente, foi para glorificar a Deus (Ef 3.10; 1Pe 2.9), mas especialmente para manter a fraternidade entre os cristãos, para dar testemunho ao mundo em nome de Cristo, e para maior extensão dos princípios evangélicos. E desta forma a igreja satisfez o instinto social, e ao mesmo tempo o proveu dos meios a empregar para estabelecer o Cristianismo no mundo. E nisto está o grande valor da igreja: ao passo que cada crente se salva pela sua união com Cristo, é, também, santificado, não isoladamente, mas em associação  com os outros. O lar, a escola, a aldeia, a vila, a cidade, o país, são ilustrações da vida social, que tem religiosamente a sua expressão na igreja.

O termo "igreja" acha-se no NT, em três diferentes acepções, embora estejam associadas. O mais antigo emprego da palavra refere-se aos cristãos de uma casa, ou de uma cidade, isto é, aos crentes de um só lugar. Em seguida nota-se um sentido mais vasto, significando um agregado de igrejas por certo tempo em diferentes lugares (1Co 10.32; 12.28); e alarga-se a significação do termo até ao ponto de abranger de um modo universal os cristãos de todos os tempos e de todos os lugares, constituindo o "Corpo de Cristo" (At 20.28; Ef 1.22; Cl 1.18). A igreja deve, portanto, ser encarada nos seus aspectos de vida interior e de vida exterior. Esta distinção faz-se, algumas vezes, por meio dos termos "invisível e visível", segundo é considerada a Igreja quanto à sua Cabeça espiritual, ou à sua organização terrena; ou segundo a sua vida espiritual e a sua existência temporal.  A Igreja é invisível pelo que respeita ao seu Chefe Divino e à sua vida espiritual; mas é visível em relação àqueles que a formam. Os dois aspectos, se os relacionarmos, não se harmonizam sempre de um modo exato. Um homem pode pertencer à Igreja visível, sem que por esse fato pertença à Igreja invisível. Pode ser membro da sociedade exterior, sem que isso signifique que esteja espiritualmente unido a Cristo. Tendo a vida da Igreja tomado diversas formas na sua existência de 20 séculos, somente podemos aceitar como absolutamente necessário para o seu bem-estar o que se acha no NT. Importa observar que nunca se empregou o termo "igreja" no NT para significar um edifício, mas sempre em relação com o povo crente em Jesus. Um estrita exatidão nos levará a evitar a expressão "igreja de Cristo"; porquanto o singular nunca é usado. Usa-se o plural desta maneira - "igrejas de Cristo". É, também, muito importante ter em vista a idéia da igreja universal como primitivamente espiritual, sendo mais um organismo do que uma organização. É esta idéia espiritual da igreja que predomina em Efésios, e por ela devíamos ser orientados a respeito da igreja local, da universal, e do ministério. A verdadeira doutrina  da igreja pode resumir-se nas bem conhecidas palavras: "Onde está Cristo, ali está a Sua igreja" e se nos perguntarem: "Onde está  Cristo?" a resposta deve ser: "Cristo está onde opera o Espírito Santo, porque é somente esta força divina que realmente apresenta Cristo aos homens." E se ainda formos interrogados de outra maneira: "Onde está o ES?" a resposta é óbvia: "O ES se mostra pela Sua graça e poder nas vidas das pessoas."

Devemos ter muito cuidado em não dar valor excessivo à posição e importância da Igreja. A expressão "por meio de Cristo para a igreja" é inteiramente certa; 'da igreja para Cristo" é somente certa em parte. Nunca devemos colocar a igreja entre o pecador e o Salvador; mas se, por outro lado, exaltarmos e honrarmos a Cristo, terá sempre a igreja o seu próprio lugar, e será apreciada como deve ser.
Devemos, também, ser cuidadosos em não depreciar a posição da igreja. O cristão precisa da igreja para tudo aquilo que está relacionado com o culto - a fraternidade, a evangelização, e a edificação. Devemos cultivar a unidade da igreja e a fraternidade da maneira mais proveitosa, a fim de se realizar o propósito divino: "Para que, pela igreja, a multiforme sabedoria  de Deus se torne conhecida agora dos principados e potestades nos lugares celestiais" (Ef 3.10)


 
Dicionário Bíblico Universal

 



Que a Graça do Senhor Seja com todos nós!